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EX-PRESIDIÁRIOS TÊM DIFICULDADES PARA VOLTAR A TRABALHAR


Foto : Ricardo Alcantara

Ausência de políticas públicas eficientes, preconceito e redução de vagas prejudicam realocação


No Paraná há 4.879 egressos do sistema carcerário acompanhados pelo Patronato Penitenciário do Paraná. No entanto, reduções nas vagas de trabalho somadas à falta de políticas públicas eficientes e ao preconceito da sociedade tornaram a ressocialização um desafio.


Apesar de a reinserção dos egressos no mercado de trabalho ser prevista na Lei de Execução Penal desde 1984, no Paraná não existem normas que determinem a contratação. A dificuldade em conseguir emprego aumentou na crise financeira, que de janeiro a julho deste ano fechou 16.763 mil vagas de emprego no Paraná.


A Coordenadora Pedagógica do Programa Patronato, Silvana Barbosa, defende que uma lei de cotas, semelhante a do Rio de Janeiro, ajudaria a sanar a demanda por vagas de trabalho aos egressos. Por lá, é obrigatório que empresas que prestam serviços ao estado reservem 5% das vagas para egressos do sistema prisional e também presos que estejam cumprindo medida socioeducativa (menores). “O ideal seria que a sociedade evoluísse para um patamar em que os direitos dos egressos fossem respeitados”, diz.


O corretor de imóveis Mauro Lopes dos Santos, 38, ficou preso por dois anos e oito meses por assalto a mão armada. Ele sentiu na pele a dificuldade. “Você chega numa empresa com currículo e lá consta um curso do Patronato Penitenciário. O empresário já olha torto e nem te chama mais”, diz.


De acordo com Oscar Moreira, Fundador da ONG Amigos Nova Jerusalém Organização Social (Anjos), “tudo depende de receber oportunidades”. A ONG ajuda na ressocialização de ex-detentos promovendo cursos de capacitação e hospedando o ex-preso que não tem para onde ir.


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