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INSTABILIDADE FINANCEIRA LEVA ATORES DE TEATRO BUSCAREM OUTRAS OPÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO


Foto: Antonio Schiebel

A realidade de um ator é muito diferente do que o senso comum diz, dinheiro e fama. Para a maioria, não é assim. Atores de teatro têm que trabalhar muito para poderem deixar suas contas em dia. Segundo pesquisa divulgada em 2013 pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (SATED) do Rio Grande do Sul, cada ator de teatro recebe em média R$ 153 por apresentação.


No Paraná, são 1357 atores registrados no SATED, e apesar de não existirem dados concretos sobre a situação salarial dos atores paranaenses, o sindicato acredita que a realidade não seja tão diferente daquela apontada em 2013 pelos gaúchos.


Em Curitiba, o teatro Lala Schneider oferece um curso de profissionalização há 16 anos. Segundo informações de uma funcionária do teatro, mais de mil estudantes fizeram o curso, mas só apenas dez viraram profissionais. A instabilidade financeira aparece como o principal motivo pela desistência da vida artística.


O curitibano Raphael Basso Holzmann, 32 anos, é apenas um entre vários que tiveram que abandonar o teatro para buscar a segurança econômica. "Eu tinha muita conta para pagar e o salário que eu ganhava não era o suficiente, então tive que voltar para o mercado de trabalho", afirma.


Para ele, o principal motivo dessa falta de dinheiro no teatro é a baixa presença de público. "você ganha pouco porque depende de bilheteria", explica. Holzmann acredita que este problema é uma questão cultural: "no Brasil, as pessoas não são ensinadas a irem ao teatro".


Mesmo longe dos palcos, Holzmann, que atualmente é sócio de uma empresa do setor de tecnologia e informação, afirma que sua grande paixão é o teatro "Me faz muita falta porque é uma espécie de vício que você adquire", confessa. Ele afirma que quando estiver estabilizado financeiramente, pretende voltar aos palcos. "No momento em que eu conseguir deixar as coisas em ordem na empresa, eu volto a fazer teatro".


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