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FOTÓGRAFOS INICIANTES ENFRENTAM DESAFIO NO INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO


Foto: Rafaela Barros

Foto: Rafaela Barros

Falta de dinheiro para a compra dos equipamentos, apoio dos familiares e até um objetivo são as principais dificuldades dos novos profissionais

Iniciar uma carreira nova não é fácil, ainda mais quando se é jovem e sem muita experiência. Empreender é sempre um risco, ou um passo para o incerto. Nos últimos anos, o número de fotógrafos no Brasil cresceu. E a maioria deles, são jovens. Embora a profissão seja valorizada, existem algumas dificuldades que os iniciantes enfrentam.


O Douglas Junior, de 24 anos passou por todos os níveis de iniciação na carreira. Formado em Logística, abandonou a carreira administrativa para arriscar na fotografia. Que começou como uma brincadeira, quando comprou uma câmera para se divertir. E acabou sendo influenciado por amigos a investir no seu dom. Junto com o apoio, vieram as reprovações. Mas, Deixou de lado os comentários negativos, e iniciou na fotografia de forma simples, porém, com o tempo foi se aperfeiçoando. Um de seus maiores marcos na profissão, foi o fato de ter aberto mão de tudo mesmo em meio à uma crise financeira que acarreta o país, fez sua própria oportunidade.


Já com o Melvin Quaresma, de 21 anos. A situação foi um pouco diferente. Formado em Jornalismo, sempre teve gosto pela fotografia e foi influenciado pela própria família. Com 17 anos, já trabalhava como fotografo. Embora ainda fosse novo demais, recebeu apoio de outros profissionais que lhe ajudaram a desenvolver. Hoje, Melvin é um Fotojornalista de destaque, vencedor recente de um concurso da marca Canon por suas fotografias impactantes.

Assim como Douglas e Melvin, muitos outros jovens resolveram seguir seus sonhos. Mas, diferente deles, são poucos que obtém sucesso.


Não existe uma fórmula para a conquista profissional, muito pelo contrário. Só é possível através da boa vontade e claro, do dom!.


Confira agora uma parte da entrevista de Douglas Junior e Melvin Quaresma para o Capital da Notícia:


Capital da Notícia: Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou quando se inseriu no mercado da fotografia?

Melvin: Comecei a trabalhar mesmo com fotografia em 2012, depois de ter cursado fotografia no Centro Europeu em Curitiba. A principal dificuldade, talvez pela pouca idade que eu tinha na época (17 anos) foi lidar com a desconfiança de algumas pessoas que procuravam por fotografia e chegavam até mim pela internet, por exemplo. Outra dificuldade foi lidar com alguns fotógrafos mais experientes que não foram tão receptíveis com minhas dúvidas, necessidades e curiosidades sobre seus trabalhos — mas isso sempre foi muito raro comigo, tive a sorte e o prazer de conhecer muitas pessoas maravilhosas que me ajudaram muito no início da minha inserção na fotografia.


Douglas: No começo da nossa carreira sempre temos dificuldades, o fato é não desistir. Tive duas principais dificuldades, primeira é o próprio mercado, para quem está começando a conseguir público é muito complicado, muitas pessoas desvalorizam o trabalho por achar que é simples demais apertar um botão. O fato é que eles não imaginam o que é ter um olhar para o momento certo, passar madrugada editando, gasto de equipamentos e entre outros. Outra dificuldade e que hoje influenciou muito na minha vida, foi que logo no começo dos trabalhos tive muitas críticas, um momento difícil, onde buscava pessoas para realização e divulgação de trabalhos e infelizmente não tive esse apoio, me incomodou muito, simplesmente pelo fato da dificuldade de inserção no mercado sem a divulgação. O fato é que as pessoas não entendem a dificuldade que é está atrás das câmeras e ser administrar: Fotografia, Marketing, Edição, Direção, Locomoção, Tempo, Descanso, Vida Social. Enfim, dificuldades sempre teremos, agora depende de como vamos reagir e sobressair sobre elas.


Capital da Notícia: Um fotógrafo que se especializa, busca cursos e se aperfeiçoa, perde espaço ou sente-se desvalorizado por haver tantos fotógrafos que exercem a profissão sem uma graduação?

Melvin: Não vejo problema nenhum em fotógrafos que exercem profissão sem graduação em fotografia ou o que for. Sou formado em Jornalismo, tenho curso de fotografia, e isso não significa nada além de que sou graduado em jornalismo e formado profissionalmente em fotografia. O conhecimento é importante em qualquer área de atuação e pouco importa se você o obteve de maneira formal ou informal. De qualquer forma, respondendo mais diretamente à sua pergunta, não me sinto desvalorizado pela existência de pessoas que adquiriram conhecimento na fotografia de maneiras informais, sem terem cursado fotografia ou estudado formalmente em uma instituição.


Douglas: Em muitos casos sente desvalorizados, hoje em dia ficou muito fácil comprar uma câmera, colocar preços baratos, e sair anunciando: Serviços Fotográficos x valor. Infelizmente tem muitos assim, mas existem alguns que mesmo sem nenhuma qualificação e apenas com uma câmera e amor, realizar trabalhos maravilhosos, inclusive melhores que muitos fotógrafos que já estão no mercado. Perder espaço não, pois um fotografo sabe qual o tipo de público que ele vai atingir, mas infelizmente a questão de desvalorização é inevitável, até mesmo pelos próprios clientes, que veem serviços baratos de pessoas não qualificadas e acham que alguns fotógrafos cobram um exagero. Portanto essa desvalorização pelo público cliente vai existir. Mas o importante é continuar realizando o seu trabalho e se aperfeiçoar para oferecer o melhor para o cliente.


Capital da Notícia: Se hoje, você pudesse dar 3 dicas para quem está iniciando no ramo.. Quais você daria?


Melvin: Fotografe muito, mas muito mesmo. Todos os dias em que puder. Experimente muitos tipos de fotografia, sem preconceitos. Mesmo que alguns, ou muitos, estilos não sejam pra você, todos eles podem contribuir pro crescimento da sua fotografia de alguma forma.

Em dado momento, quando você começar a receber comentários elogiosos, começar a ter seu trabalho bem recebido por várias pessoas, não se deixe levar pelo pensamento de que sua produção está perfeita. Primeiro, porque não existe tal perfeição; segundo, porque se perdemos o senso crítico sobre o que fazemos, ali ficaremos e jamais dali poderemos sair.

Então, em resumo, fotografe muito, tudo o que puder, sem pensar no que vai vir, na fama que pode conseguir; tudo o que acontecer deve ser consequência dessa entrega à paixão pelo fotografar.


Douglas: Em primeiro lugar, ame a fotografia, quando se tem amor pelo que faz, as dificuldades ficam mais fáceis de conduzir. Estude e pratique muito, ouça críticas e elogios e crie seu sucesso com base nelas e nunca desista ao ouvi-las ou quando aparecer uma dificuldade.


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