top of page

CAPITAL DA NOTÍCIA ABORDA COM ZELO INSERÇÃO SOCIAL, MAS COMETE ALGUMAS FALHAS TÉCNICAS AO TRABALHAR

Elaborar um jornal sobre o mercado de trabalho atual não tem sido uma das tarefas mais fáceis. As dificuldades começam ao se decidir o que é mais importante, filtrar pautas relevantes e próximas, e separar daquelas que possuem caráter secundário.


Como ponto positivo deste jornal, temos a preocupação com a inserção social de alguns trabalhadores que até então não possuíam visibilidade. É o caso da matéria na editoria Direito e Socialização, feita sobre travestis e transexuais que conseguiram destaque no mercado de trabalho, em suas respectivas áreas. Outro texto que chama a atenção é sobre depressão e suicídio no mercado de trabalho. O tema, por si só, é obscuro no meio jornalístico, ao não ser divulgado sob o argumento de não incitar suicidas.


É preciso cuidado ao se falar em empreendedorismo. É imprescindível encontrar dados e fontes do Sebrae, autarquia integrante do “Sistema S” do Governo Federal (ao lado de Senai, Sesi, Sesc), que recebe verbas de tributos incidentes na folha de salários das empresas, com um primeiro passo para o empreendedor. Uma questão que deveria ser revista é quanto a temas que trabalham com crescimento e decrescimento. São dados, números, percentuais, gráficos, que devem aparecer na matéria. E isso faltou na reportagem sobre o mercado imobiliário, que ficou apenas na opinião da fonte. Por outro lado, a matéria sobre tecnologia e mercado de trabalho possui dados defasados do IBGE, de fevereiro de 2016. O instituto calcula trimestralmente seus principais dados da série histórica


O jornal também precisa se atentar para as omissões ou critério de noticiabilidade. Mesmo que a linha editorial tenha como meta mostrar um lado mais positivo, matéria sobre a construção civil, um dos principais segmentos do setor industrial afetados pela crise, com 40% de trabalhadores na informalidade, deveria aparecer no jornal. Bem como segmentos com demissões em massa, como montadoras de automóveis, que afetam pequenas e médias empresas fornecedoras, provocam demissões em cadeia e agravam fortemente a crise econômica. O segmento de varejo, que emprega (e desemprega) milhares de trabalhadores, deveria também ter espaço no jornal.


bottom of page